As
substâncias pécticas, carboidratos poliméricos componentes da parede celular e
da lamela média de vegetais, formam um grupo bastante heterogêneo de
polissacarídeos com diferentes massas moleculares e graus de esterificação.
O comitê da “American
Society” definiu o conjunto de substâncias pécticas da seguinte forma:
d) Pectina: Nome dado ao material polimérico no qual, pelo menos 75 % dos grupos carboxila do ácido galacturônico são esterificados com metanol. Confere rigidez à parede celular quando está ligado à celulose.
Nas frutas não maduras, a pectina está ligada à
micro fibrilas de celulose na parede da célula. Tal pectina confere rigidez à
parede celular, pois é insolúvel. No
entanto, durante o amadurecimento, a estrutura da pectina é alterada por
enzimas que ocorrem naturalmente nas frutas. Essas alterações envolvem a quebra
da cadeia da pectina ou de cadeias laterais anexadas às unidades que compõem a
cadeia principal. Em qualquer um dos casos, o resultado é que a pectina se
torna mais solúvel, sua força nas paredes celulares circunvizinhas torna-se
menor e o tecido da planta amolece (Figura 1).
Figura 1: Estrutura da parede celular
vegetal contendo as moléculas de pectina.
(Fonte: Santos 2007)
Pectina
é, ainda, um nome genérico para a mistura de diferentes compostos onde o ácido
pectínico é o maior componente. Sua forma nativa está localizada na parede
celular e pode estar interligada com outros polissacarídeos estruturais e
proteínas para formar a protopectina insolúvel.
Figura 2: Estrutura da molécula de pectina, exibindo a estrutura do ácido
galacturônico parcialmente metilesterificado. Resíduos de xylose e arabinose
não foram incluídos.
(Alkorta et al., 1999).
Dependendo
da origem, as substâncias pécticas podem se diferenciar quanto ao grau de
esterificação metílica, a proporção de acúcares neutros e ao grau de
polimerização da molécula. Podem
apresentar ainda um outro tipo de esterificação com ácido acético nos átomos de
carbono 2 e 3 da unidade de ácido galacturônico, aumentando ainda mais a
heterogeneidade desses compostos.
2. As substâncias pécticas na indústria de alimentos
As
substâncias pécticas são usadas na indústria de alimentos como agentes
geleificantes e como fibras funcionais. Por outro lado, podem representar um
problema nas várias etapas do processamento de frutas e vegetais, visto que seu
arraste, após o rompimento da parede celular, pode causar turbidez em sucos ou
incrustações em tubulações e reatores industriais.
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