1. SABs
Nos
últimos anos, têm adquirido importância e crescente êxito na biotecnologia de
isolamento e separação de proteínas, os sistemas aquosos bifásicos (SABs), que
se formam ao misturar-se dois polímeros de cadeia flexível (PCF) ou um polímero
de cadeia flexível e um sal como o fosfato de potássio. Nesses sistemas, as
proteínas se distribuem entre as duas
fases aquosas de acordo com um coeficiente de distribuição que se define como:
onde
[Pt] e [Pb] são suas concentrações na fase superior e inferior respectivamente.
O coeficiente de distribuição depende de uma série de variáveis experimentais:
pH, temperatura, presença de sais, peso molecular e concentração do PCF,
hidrofobicidade e tamanho da proteína, entre outras. Mediante o controle dessas
variáveis, é possível fazer com que uma proteína contida em um mistura complexa
seja transferida para uma das fases, mantendo as proteínas não desejadas na
fase oposta (Figura 1).
Figura 1 - Sab utilizado para separar pectinases de um extrato bruto. Note os esporos na interface.
A
separação espontânea, em fases distintas, devido à adição de soluções aquosas
de dois polímeros foi inicialmente observada pelo microbiologista holandês
Beijerinck, em 1956, ao misturar ágar com gelatina ou amido solúvel. A fase
inferior era rica em ágar e a superior em gelatina (ou amido). Em 1956,
Albertsson constatou que sistemas formados por polímeros solúveis e solventes
orgânicos também possibilitam a partição de materiais biológicos, ou seja,
permitiam que uma terceira substância introduzida no sistema fosse coletada,
preferencialmente, numa das fases por ajuste de parâmetros físico-químicos.
A extração de biomateriais usando sistemas aquosos
bifásicos é, portanto, uma ferramenta poderosa na separação e análise de
partículas biológicas pois fornece uma técnica de separação
simples, facilmente dimensionável, energeticamente eficiente e suave para a
recuperação de produtos em biotecnologia.A técnica está ilustrada na Figura 2.
Figura 2 - Extração em Batelada Utilizando SABs
Fonte: Carlos Bispo
Algumas
características desses sistemas fazem com que sejam particularmente adequados
para a separação de misturas de moléculas de origem biológica: ambas as fases
são ricas em água, constituindo um ambiente não agressivo a tais moléculas; a
tensão interfacial é pequena, facilitando a transferência de solutos entre as
fases, e a diferença de hidrofobicidade entre as fases é pequena e dependente
da concentração, o que permite a manipulação dos sistemas de maneira a
possibilitar a separação de moléculas semelhantes.
Trabalhos
realizados com sistemas bifásicos aquosos têm obtido resultados satisfatórios
na purificação de biomoléculas e estão se tornando cada vez mais importantes. Além
de biomoléculas, há também estudos da utilização de SABs para recuperação de íons complexos, como
o nitroprussiato e o pentassioanonitrosiocromato, o que ilustra a versatilidade desta técnica.
Apesar da intensa
aplicação em escala laboratorial para purificação de enzimas e proteínas, não
alcançaram ampla aplicação comercial, tendo talvez como possíveis causas o
custo dos polímeros formadores das fases e/ou o comportamento complexo
(inúmeras variáveis interferindo de forma cinegética ou antagônica) de partição
apresentados nestes sistemas bifásicos. Além disso, para sua aplicação
sistemática, é necessária maior compreensão dos fatores que determinam sua
formação e a partição de solutos específicos.
Os componentes de um SAB podem ser dois
polímeros diferentes (por exemplo: PEG e dextrana) ou um polímero e um soluto
de baixa massa molecular (um sal, como o fosfato de potássio). Na mistura
destas substâncias com a água, só irá ocorrer um sistema de duas fases quando a
composição dos constituintes se encontrar acima de determinados valores. A determinação do diagrama de
equilíbrio de fases é a primeira etapa para caracterizar os sistemas bifásicos
aquosos, pois contém informações das concentrações de PEG e sal necessário à
formação das fases, composição das fases em equilíbrio e previsão qualitativa
da partição de moléculas.
Os diagramas de equilíbrio podem ser
construídos empregando o sistema de coordenadas retangulares como também podem
ser expressos em coordenadas triangulares, a diferença é que na forma
retangular, a concentração do solvente, no caso a água, está implícita no
diagrama.
As Figuras
3 e 4 mostram os dois tipos de diagramas.
Figura 3 - Diagrama de Fases ternário
Figura 4: Diagrama de fases expresso em coordenadas
retangulares
Convencionalmente,
os componentes presentes nas fases inferior e superior são representados no
eixo das abscissas e das ordenadas respectivamente. A curva que divide a região
em duas fases (Fs, Pc, FI) é chamada curva binodal ou curva de
equilíbrio e informa em quais composições globais o sistema é homogêneo e em
quais é heterogêneo.
Uma mistura com a composição global representada pelo ponto G, como mostrado na figura , separa-se espontaneamente em duas fases, com composições representadas pelos pontos FS e FI, que expressam as composições das fases superior e inferior, respectivamente. A linha que une os pontos FS, G e FI é conhecida como linha de amarração, LA. Na figura são mostrados três sistemas com composições globais diferentes PI, P2 e G, localizados em linhas de amarração diferentes. Portanto, misturas de diferentes composições globais representadas por diferentes pontos na mesma linha de amarração originam sistemas bifásicos com composições idênticas, porém com diferentes volumes das fases coexistentes.
Quando um SAB é gerado de maneira que sua composição global situe no ponto médio da LA, a propriedade termodinâmica extensiva volume, das fases superior e inferior, serão os mesmos. No entanto, se um SAB for montado de maneira que sua composição global se encontre mais próxima à composição de uma das fases, haverá a formação de fases em equilíbrio, que terão volumes distintos. Para um sistema que tenha uma composição global mais próxima da concentração da fase superior, ocorrerá a formação de um SAB com uma fase superior tendo maior volume do que a fase inferior.
A linha de ligação, que descreve a composição das duas fases em equilíbrio é caracterizada por dois parâmetros: comprimento da linha de ligação (TLL, sigla inglesa de “tie-line length”) declive da linha de ligação (STL, sigla inglesa de “tie-line slope”):
O comprimento da linha de ligação é definido como:
Uma mistura com a composição global representada pelo ponto G, como mostrado na figura , separa-se espontaneamente em duas fases, com composições representadas pelos pontos FS e FI, que expressam as composições das fases superior e inferior, respectivamente. A linha que une os pontos FS, G e FI é conhecida como linha de amarração, LA. Na figura são mostrados três sistemas com composições globais diferentes PI, P2 e G, localizados em linhas de amarração diferentes. Portanto, misturas de diferentes composições globais representadas por diferentes pontos na mesma linha de amarração originam sistemas bifásicos com composições idênticas, porém com diferentes volumes das fases coexistentes.
Quando um SAB é gerado de maneira que sua composição global situe no ponto médio da LA, a propriedade termodinâmica extensiva volume, das fases superior e inferior, serão os mesmos. No entanto, se um SAB for montado de maneira que sua composição global se encontre mais próxima à composição de uma das fases, haverá a formação de fases em equilíbrio, que terão volumes distintos. Para um sistema que tenha uma composição global mais próxima da concentração da fase superior, ocorrerá a formação de um SAB com uma fase superior tendo maior volume do que a fase inferior.
A linha de ligação, que descreve a composição das duas fases em equilíbrio é caracterizada por dois parâmetros: comprimento da linha de ligação (TLL, sigla inglesa de “tie-line length”) declive da linha de ligação (STL, sigla inglesa de “tie-line slope”):
O comprimento da linha de ligação é definido como:
onde Ws,j, Wi,j representam a
percentagem do componente j na fase superior e inferior, respectivamente.
O declive da linha de
ligação é definido de acordo com a Equação:
Este parâmetro
apresenta-se atualmente como uma característica importante dos diagramas de
fases uma vez que o seu valor é geralmente constante, quando está presente um SAB de polímeros e a sua avaliação, comparação com uma
média para um dado sistema e nova medição para valores afastados dessa média é
provavelmente o melhor método para obter diagramas de fases confiáveis.
Deve-se destacar que os
polímeros sintéticos são geralmente polidispersos, podendo a distribuição das
suas massas moleculares variar de lote para lote, mesmo quando obtidos do mesmo
fabricante. Assim, a posição da binodal para um dado sistema não pode ser vista
como uma constante físico-química do sistema.
Os
principais fatores que influenciam no sistema de fases e consequentemente
alteram o diagrama de fases são: a massa molar do polímero, a concentração dos
componentes do sistema, o pH e temperatura, embora o fator mais
importante para a separação das fases seja mesmo a natureza química dos
polímeros.
- Efeito da massa molecular dos polímeros
A medida em que aumenta o peso molecular do PEG, as
curvas tornam-se mais assimétricas e próximas da origem do eixo de coordenadas,
requerendo-se menores concentrações para a separação das fases. Este
comportamento é devido ao aumento do caráter hidrofóbico do PEG ao aumentar-se
o peso molecular.
- Efeito da temperatura
Nos SABs compostos por dois polímeros, a concentração
necessária dos mesmos para ocorrer a separação das fases é geralmente tanto
maior quanto mais elevada for a temperatura. Assim, um aumento da temperatura origina que a
binodal se mova na direção de concentrações mais elevadas, diminuindo o
tamanho do comprimento da linha de ligação. Tal efeito é, no entanto, mais
acentuado na zona próxima do ponto crítico, e esta deve ser a razão pela qual
os sistemas parecem ter um declive diferente para composições próximas do ponto
crítico, comparativamente a pontos afastados deste ponto. No caso SAB
compostos por um polímero e um sal o efeito é contrário, isto é, o aumento da temperatura conduz a uma diminuição das
concentrações de polímeros e sal necessárias ao aparecimento de duas fases.
- Efeito do pH e tipo de cátion
O pH e o
tipo de cátion também são variáveis que podem influenciar no diagrama de fases.
Diminuindo o valor do pH, as concentrações necessárias de polímero e sal de um
sistema PEG/sal aumentam, deslocando a curva binodal para a direita. Esse fato
pode ser explicado pelo aumento da razão H2PO4-/HPO42-. Para o caso do fosfato,
com a diminuição do pH, pois como o ânion monovalente é menos efetivo no
“salting out” do PEG (fenômeno de expulsão devido ao tamanho do PEG), será
necessária uma concentração maior dos componentes para formar o sistema
bifásico. Porém esse efeito não é muito expressivo.
No caso do tipo de cátion, a
substituição de fosfato de potássio desloca a curva binodal para a direita, e
portanto a concentração dos componentes necessária para a formação do sistema
de duas fases aumenta, sugerindo que o cátion sódio é mais eficiente que o
cátion potássio para o efeito do “ salting out” do PEG.
- Efeito da adição de sais
O efeito da adição de sais
nos sistemas varia com o sal e com o próprio sistema. Ao adicionar-se sal ao SAB, aumenta-se a
área bifásica como resultado de um fenômeno de “salting out” do polímero
originado pelo sal e um efeito de “exclusão” do polímero ao sal. Portanto, a
adição de sais resulta no deslocamento da binodal no sentido das menores
concentrações de PEG e Sal. Esse efeito aumenta com o aumento do peso molecular
do polímero.
São muitas as variáveis
que afetam a partição de um soluto em SABs. Dentre elas, podem ser citadas o tipo, a
massa molecular e concentração dos polímeros que formam as fases; tipo e
concentração de aditivos, pH e temperatura. Apesar destas variáveis
serem todas mutuamente dependentes e ainda não completamente compreendidas,
torna-se necessário fazer a análise dos efeitos de cada uma delas separadamente.
- Efeito da composição do polímero
Num sistema
polímero-polímero, o termo composição do polímero diz respeito a três variáveis
diferentes. Assim, para cada um dos polímeros predominantes
em cada uma das fases devem considerar-se o tipo ou estrutura química do
polímero; a massa molecular e a concentração do polímero. A massa molecular não
é considerada em SABs do tipo PEG-Sal.
Existem algumas regras que regem a influência do polímero em cada uma das fases:
Para composições de um determinado sistema, próximas do ponto crítico, o valor do coeficiente de partição é aproximadamente igual a 1. Tal deve-se ao facto de que o ponto crítico corresponde ao ponto em que, teoricamente, a composição das fases é semelhante, acontecendo o mesmo às suas propriedades.
Aumentando a concentração total do polímero, o valor do coeficiente de partição afasta-se da unidade. Neste caso, as composições das fases em equilíbrio são substancialmente diferentes, aumentando a diferença entre as propriedades das fases, o que proporciona uma força motriz para o soluto migrar para uma fase em detrimento de outra.
Diminuindo a massa molecular de um dos polímeros aumenta a partição do soluto para a fase rica nesse polímero. Este efeito da massa molecular do polímero na partição do soluto não pode ser separado do efeito da concentração do polímero. Por outro lado, este efeito é tanto mais acentuado quanto maior for a massa molecular do soluto a separar.
Para composições de um determinado sistema, próximas do ponto crítico, o valor do coeficiente de partição é aproximadamente igual a 1. Tal deve-se ao facto de que o ponto crítico corresponde ao ponto em que, teoricamente, a composição das fases é semelhante, acontecendo o mesmo às suas propriedades.
Aumentando a concentração total do polímero, o valor do coeficiente de partição afasta-se da unidade. Neste caso, as composições das fases em equilíbrio são substancialmente diferentes, aumentando a diferença entre as propriedades das fases, o que proporciona uma força motriz para o soluto migrar para uma fase em detrimento de outra.
Diminuindo a massa molecular de um dos polímeros aumenta a partição do soluto para a fase rica nesse polímero. Este efeito da massa molecular do polímero na partição do soluto não pode ser separado do efeito da concentração do polímero. Por outro lado, este efeito é tanto mais acentuado quanto maior for a massa molecular do soluto a separar.
- Efeito da massa molecular dos componentes
Em um sistema PEG/sal, se
a massa molar do PEG for elevado, a partição da proteína será mais favorável à
fase salina. Caso a massa molar do PEG seja baixa, ocorrerá o oposto, sendo a
partição favorável à fase polimérica. Isso ocorre provavelmente devido ao
aumento do efeito do volume excluído que ocorre na fase PEG. Esse efeito é
menor para substâncias de baixa massa molar. A massa molar da substância a ser
separada também influencia em K, pois quanto maior for a molécula, maior
será a área de contato que interage com os componentes do sistema e, de acordo
com as características da molécula e com o tipo de interação, ela será mais
favorável a uma das fases.
O coeficiente de partição diminui com o
aumento da massa molar da proteína, principalmente para PEGs com baixa massa
molar. O tipo de proteína também influi no valor de K, porque as proteínas são
macromoléculas polieletrólitas que carregam cargas quando estão em soluções
aquosas. As cargas dependem da composição, da seqüência de aminoácidos, e
também das propriedades da solução aquosa, como o pH e a concentração dos
solutos.
- Efeito de aditivos de baixa massa molecular
A adição de solutos de baixa massa molecular quer iónicos (sais inorgânicos)
quer não iónicos (ureia) afeta a partição de solutos nos SABs. Isto pode ser
explicado por dois mecanismos distintos: um basea-se no efeito que o aditivo
promoverá na composição e propriedades das fases, e o outro baseia-se nas
alterações que o aditivo promoverá no soluto.
Quanto ao primeiro tipo de
mecanismo, os dados existentes até ao presente não permitem diferenciar os
efeitos dos aditivos nas propriedades das fases, dos efeitos nas propriedades
de um soluto, e seria necessária mais informação experimental,
incluindo estudos dos efeitos de aditivos em diagramas de fases e de várias
propriedades físico-químicas das fases, para compreender o efeito.
O outro mecanismo ocorre
quando, por exemplo, uma proteína, na presença de certos aditivos, poderá mudar
de tamanho, sofrer alterações conformacionais ou ligar-se especificamente ao
aditivo. Estas interações são altamente específicas, podendo alterar
drasticamente o valor do coeficiente de partição. A situação em que a proteína se liga
especificamente ao aditivo é denominada por partição por afinidade. Utilizando
esta técnica é possível particionar uma molécula biológica quase exclusivamente
para uma das fases por integração de um ligando específico no SAB. O ligando é
covalentemente ligado a um dos polímeros utilizados na formação dos SAB. Os
ligantes aplicados à purificação de moléculas biológicas são, em grande
maioria, corantes de triazina (por exemplo: Cibacron e Procion).
- Efeito do pH
O efeito da variação do pH
de um meio tamponado não pode ser facilmente diferenciado da adição de sais.
Esta situação prende-se com o fato de ao variar o pH da solução, variar a razão
entre a concentração dos sais com poder tamponante. Assim,
podem ocorrer alterações nas propriedades do meio aquoso induzidas por uma dada
variação de pH e/ou variação na composição do sal tampão correspondente. Por
outro lado, moléculas como proteínas, peptídeos, entre outras, contêm uma
grande variedade de grupos ácidos e básicos dependendo do pH do meio. O pH do
meio altera, não só a carga superficial do soluto, como também induz alterações
conformacionais do soluto, podendo ocorrer assim a associação e a dissociação
de subunidades.
Trabalhando-se em um valor de pH próximo ao ponto
isoelétrico (pI), onde a somatória de cargas da proteína é praticamente nula,
existirá apenas o efeito do tamanho e concentração do polímero e do tamanho e
composição da superfície da proteína, considerando-se apenas os efeitos
eletrostáticos.
- Efeitos das características do soluto
Os efeitos do tamanho do
soluto (massa molecular) e da sua estrutura química são bastante difíceis de
distinguir. A característica que influencia a partição do soluto é a sua
estrutura química e não o seu tamanho. A influência da estrutura
química da biomolécula parece ser explicada pela modificação (bio)química que a
molécula pode sofrer, uma vez a partição é bastante
específica, dependendo do tipo de biomolécula.
5. Tempo de Separação das Fases
O tempo de separação das
fases após a mistura dos componentes depende do tipo de sistema. Sistemas
contendo PEG/sal possuem um tempo de separação das fases muito menor que os
sistemas PEG/dextrana devido à densidade e viscosidade do sistema. Em sistemas
dextrana/ficoll, o tempo varia de 1
a 6 horas pela ação da gravidade, enquanto em sistemas PEG/dextrana
esse valor cai para 5 a
30 minutos dependendo da concentração e da massa molar dos polímeros. Nos
sistemas PEG/fosfato, o tempo de separação entre as fases é inferior a 5
minutos.
Outro fator que também
influencia o tempo de separação é a velocidade de coalescência das pequenas
bolhas que se formam durante a agitação. Quando se agita um sistema de fases de
maneira a uniformizá-lo, inicialmente ocorre a formação de pequenas regiões
ricas em cada componente. Com o tempo, essas regiões aumentam e separam-se em
duas regiões distintas. A posição em relação ao ponto crítico também exerce
influência no tempo de separação das fases. Nos sistemas próximos ao ponto
crítico, o tempo de separação é maior devido a uma pequena diferença de
densidade. Já no caso dos sistemas muito distantes do ponto crítico, a viscosidade
aumenta devido ao aumento da concentração do polímero, tornando a separação de
fases mais lenta.
6. Equação do Coeficiente de Partição
Como o valor de K depende
de diversos fatores, o desenvolvimento de um modelo para predizê-lo torna-se
específico para um tipo de sistema ou substância.
Podem existir, na partição de substâncias, cinco fatores diferentes que podem
atuar separadamente (predominância de um fator em relação aos outros) ou em
conjunto de acordo com o tipo de substância e do sistema de fases. São eles:
• Fator do
tamanho, que existe quando a partição depende do tamanho da molécula ou da área
superficial das partículas;
• Fator
eletroquímico, que surge quando o potencial elétrico existente entre as fases
do sistema é usado para separar as moléculas de acordo com a sua carga
elétrica;
• Fator de
afinidade hidrofóbica, que é a utilização das propriedades hidrofóbicas do
sistema de fases para separar as moléculas em função da sua hidrofobicidade;
• Fator de
afinidade bioespecífica, que utiliza a afinidade entre os locais da molécula
como ligantes do polímero para a separação e fator de conformação, que é
considerado quando a conformação da molécula é o fator predominante.
Esses fatores podem ser agrupados na seguinte
equação:
ln K = ln K0 + ln Keletro + ln
Kbioesp + ln Ktam + ln Kconf + ln Khifob
Onde:
Keletro é o fator eletroquímico;
Khifob é o fator de afinidade hidrofóbica;
Kbioesp é o fator de afinidade
bioespecífica;
Ktam é o fator do tamanho;
Kconf é o fator de conformação;
K0 é o valor inicial do K.
Nenhum comentário:
Postar um comentário